Nos conhecemos em 2014. Ano da copa no Brasil. Que ano!
Ela era caloura no curso de economia da UFAL, eu já estava estava no último ano.
Um dia, como bom veterano em fim de curso com poucas matérias, estava sentando no banco do bloco, o João de Deus, só vendo o movimento.
Quando de repente aparece uma pessoa linda desfilando no nosso bloco, era Bruna.
Mas não deu tempo de nada, ela foi direto pra sala. Bruna sempre foi muito responsável. Passou.
Um tempo depois, estava no bar do Rei com Rafinha, meu primo. Comentei com ele: ela é da economia! Vou falar com ela
Mas ela estava acompanhada de uma galera. A noite passou e falei pra Rafinha: vamos tomar a saideira no paulista, como de praxe. Os cara da OP estavam no segundo round do combo por lá.
Já no paulista alguém esbarra na minha cadeira.
Quem era??
Olho pra cima, e adivinha?
Era ela, Bruna. Linda, maravilhosa, inteligente e distraída.
(Ela jura até hoje que foi sem querer. Eu duvido)
O coração bateu mais forte.
Olhei pra ela. Ela olhou pra mim….
E foi isso.
Nem pedir desculpas ela pediu.
Esbarrou, olhou e foi embora.
Não deu nem tempo de falar.
Falei pra Rafinha: com essa menina eu casava. Mas ela não me deu moral.
No outro dia, abro o Facebook, e tinha uma nova solicitação de amizade.
Quem era?? Bruna!!!
Minha chance rsrsrs
Marcamos de sair. O encontro seria no paulista. O mesmo barzinho onde rolou o primeiro “esbarrão”.
Quando nos encontramos oficialmente pela primeira vez eu estava com uma barba rústica, grande, selvagem. Mainha vivia reclamando.
No nosso primeiro encontro resolvi fazer a barba (foi uma das últimas vezes) já que minha mãe falava que era horrível!!
E palavra de mãe é palavra de mãe né. Não vou perder a oportunidade da vida por causa da barba.
Fiz a barba.
Fui pro paulista de novo com Rafinha e Pedro, meu primo da França.
Chegando lá logo avistei Bruna.
Ela me olhou assustada…
Não falou, mas eu senti que queria dizer algo. O que será? Sempre muito discreta, deixou no ar sua intrigante insatisfação.
Um tempo depois, insistindo muito, ela me confidenciou:
- Você me chamou atenção pela barba. E no primeiro encontro você tira ela? cadê a barba? Kkkk
Pois é, desde então só tirei a barba mais uma vez, para vovó Marise me ver uma última vez sem barba, como ela gostava hehe
Assim começamos nossa história.
Mas tinha um problema. Nos conhecemos em agosto, em novembro iria fazer a seleção para o mestrado da Unicamp.
Fiz a prova, o projeto e a entrevista.
Me perguntaram se eu aguentava a pressão para publicação de artigos científicos na unicamp: falei pra banca de estava acostumado, pois era jogador de futebol da base então aguentava a cobrança kkkkk
Apesar disso (ou por conta disso) deu certo. Passei. Mudei para Campinas e fomos vivendo a vida entre idas e vindas.
Certa vez, em 2017, estava de férias em Maceió. Mas não estávamos bem. Fomos na praia.
A conversa era dura. Nós amávamos, queríamos estar juntos um ao outro, mas as distância não permitia. A gente só se encontrava nos períodos de férias duas vezes por ano.
De repente chega uma adolescente, meio hippie, meio mística, meio gótica, não sei definir .Ela se aproxima olha pra gente e fala:
- Não desistam. Vocês estarão juntos no futuro.
Falou e foi embora. É. Ela acertou.
Obrigado, menina mística.
Mas claro, as coisas não se resolveram por magia, profecia ou misticismo, nem instantaneamente.
Fomos levando a vida do jeito que dava. Continuei em Campinas e ela em Maceió.
Depois de um tempo ela foi para Campinas. Era a chance de estarmos juntos!
Era….Duas semanas depois veio a pandemia e mudou tudo.
Ela ficou e eu voltei. Mais um desencontro no espaço.
Somente em 2021 tivemos a chance de finalmente estarmos juntos no mesmo tempo e espaço.
Mas teve ainda mais desafio, logo depois eu passo no concurso para professor substituo em Santana do Ipanema.
Então teríamos que voltar a nos ver somente durante os finais de semana.
Não era o ideal, mas era o que podíamos fazer. E fomos muito felizes. Mais uma etapa de aprendizado.
Em 2024 fui aprovado em um concurso pra Cuiabá.
Uma nova mudança, uma nova decisão.
Mas agora não tínhamos mais dúvidas.
Já superamos tantos obstáculos, esse seria mais um. E agora seria o último.
Antes de viajar para Cuiabá pedi ela em casamento.
Foi em uma pousada em São Miguel dos Milagres. Fiz uma “caça ao tesouro”. O passo final era nossa aliança.
Choramos, rimos, emocionamos.
E cá estamos. Prestes a tomar o passo mais prazeroso das nossas vidas, juntos, com todos vocês, amigos e familiares.
O ano era 2014, eu estava no início do curso de Economia. No final de agosto, saí com alguns amigos para comemorar meu aniversário. Era um cover de rock no Boteco do Rei, escolhido totalmente aleatório.
Lembro de estar em pé, na frente do bar, quando, de repente, vi uma moço barbudo chegando em câmera lenta, como na cena inicial do filme Closer. Gui surgiu no meio da multidão, e ali aconteceu uma troca silenciosa, aquele jogo de curiosidade e atração típico de encontros que parecem acidente, mas que deixam uma marca para sempre.
Naquele dia não nos falamos, mas como se fosse destino, nos encontramos de novo, no mesmo dia, no Paulista, o típico bar de atendimento duvidoso e onde ninguém nunca sentava. Depois de algumas cervejas e conversas sobre a eleição de 2014, criei coragem para falar com ele, mas acabei tropeçando nas cadeiras, morrendo de vergonha desisti da iniciativa.
Como muitos encontros e desencontros dessa história, algum tempo depois, descobri o perfil dele no Instagram. Uma amiga minha tinha curtido a foto de um amigo dele em que Gui aparecia. Se não fosse essa coincidência, eu não teria nem descoberto quem era ele, muito menos que estávamos no mesmo curso na UFAL. Mais uma vez, tomei a iniciativa e mandei logo a solicitação de amizade.
Depois disso, passamos a conversar e Gui me chamou para sair pela primeira vez. Foi me buscar depois do estágio e fomos novamente para o Paulista. Mas nossa ideia de “encontro” era bem diferente, porque Gui levou junto dois primos. E, como bom socializador, conhecia quase todo mundo no bar, me deixando com seu primo francês que não falava português. Tudo para dar errado, né? 😂
Não sei como, depois daquele dia continuamos saindo. Gostava de conversar com ele sobre política. Éramos muito diferentes, mas, de algum jeito, isso nos unia. Ainda sem criar grandes expectativas, até que, quase um mês depois, Gui me chamou para assistir à apresentação de balé da irmã e me apresentou à família inteira.
Foi aí que ele contou que estava prestando seleção para o mestrado na Unicamp, e que não ficaria em Maceió por muito tempo. Nos afastamos, mas nunca de verdade. Mesmo depois da mudança, continuamos conversando e ele sempre acreditou no meu caminho acadêmico, me incentivando a seguir em frente.
Entre 2015 e 2019, continuamos a conversar praticamente todos os dias. Nos encontrávamos em Maceió ou em Campinas, viajamos, mas sem nunca chamar aquilo de namoro. Era como se estivéssemos juntos do nosso jeito, como duas pessoas que se gostavam. Claro, nem sempre era fácil. Lembro que, numa tentativa de término, fomos conversar na praia, quando uma menina roqueira se aproximou e falou: “Se vocês se gostam tanto, por que não ficam juntos?”
Era isso, encontros e desencontros, mas sempre com a sensação de que era só uma questão de tempo.
E esse tempo chegou. No final de 2020, em meio à pandemia, o destino nos colocou de volta em Maceió, no mesmo espaço e no mesmo tempo. E foi o suficiente para nos reaproximar de verdade.
Em 2021, ele me pediu em namoro e começamos a contar oficialmente nossa história. Com inseguranças, sim, mas com a certeza de que amava Gui, simplesmente por ser ele. Dessa vez, impus minhas regras e uma nova contagem.
Nosso relacionamento foi amadurecendo aos poucos. Ele começou a deixar suas coisas no meu apartamento, até passar alguns dias da semana comigo, pois nos outros dava aula em outro município. Teve que aceitar meus outros amores, os gatos, e até virar "pai de pet". E eu aceitei a paixão dele pelo Náutico. Trocamos manias: eu apresentei animes, ele me fez sair mais de casa com sua vida social.
Mas o destino, que adora nos testar, resolveu colocar mais um desafio. Gui se mudou para Cuiabá para ser professor na UFMT. Parecia que seria um afastamento, mas na verdade nos aproximou ainda mais. Talvez todas aquelas situações que passamos serviu para esse momento e nos preparou para o próximo passo.
E esse passo aconteceu em agosto de 2024, dez anos depois de nos conhecermos, ou quatro anos desde o início oficial do namoro. Gui me pediu em casamento. E aqui estamos, prestes a começar uma nova contagem. ✨
Então, depois de todo esse contexto, é por isso que eu acho que a música Dueto, de Chico Buarque, é tão a nossa cara. Tem um verso que diz:
"Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
Eu fiz uma tese, eu li num tratado
Está computado nos dados oficiais
Serás o meu amor, serás a minha paz.
Mas se a ciência provar o contrário
E se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz""
E é exatamente isso. Entre tantos encontros e desencontros, destinos que tentaram nos separar, caminhos diferentes e recomeços inesperados, o que ficou foi sempre essa certeza: no fim, seria ele 💕.